Especial – Diretamente dos Países Baixos – Cecy Oliveira.
No dia 24 de agosto de 2024 embarquei para a Europa junto com um grupo formado pela Trip Travel chamado Navegando pelos Rios da Alemanha. Nossa primeira parada foi em Amsterdan, onde vimos a cidade convivendo, desde o século XVII, com o desenvolvimento e a conquista de terras dos rios e oceano.
Nesta época os Países Baixos – assim denominado pela presença de território abaixo do nível do mar – se tornou um dos mais ricos do mundo, com hegemonia sobre o resto da Europa como centro financeiro e porto importante.
As terras que antes eram ocupadas pelo mar, começaram a ser drenadas através de canais. A água passou a ser bombeada de volta para o oceano e foram aparecendo novos bairros
O país foi crescendo com a ajuda de diques e polders, tornando realidade o velho ditado holandês “Enquanto Deus criou a Terra, os holandeses criaram a Holanda”.
O país independente conhecido como Holanda remonta apenas a 1815, mas a área e seu povo têm uma história muito mais longa. Localizada no norte da Europa, a nordeste da Bélgica e a oeste da Alemanha, o país tem 451 km de costa ao longo do Mar do Norte. E abriga a foz de importantes rios europeus, como o Reno e o Mosel. Isso se traduz em uma longa história de lidar com a água e tentativas de evitar inundações maciças e destrutivas.
As inundações do Mar do Norte
Os holandeses e seus ancestrais trabalham para reter e recuperar terras do Mar do Norte há mais de 2.000 anos. Começando por volta de 400 AC, os frísios foram os primeiros a se estabelecer na região.
Pequenos diques também foram construídos nessa época. Estes eram geralmente bastante curtos (cerca de 70 centímetros de altura) e feitos de materiais naturais encontrados na área local.
Em 14 de dezembro de 1287, os diques que retinham o Mar do Norte falharam e a água inundou o país. Conhecida como a inundação de Santa Lúcia, esta catástrofe matou mais de 50.000 pessoas e é considerada uma das piores da história. Um resultado do grande dilúvio de Santa Lúcia foi a criação de uma nova baía, formada pelas águas da enchente que inundaram uma grande área de terras agrícolas. Semelhante ao que acontecia no Nilo, quando as águas baixaram as terras estavam bastante fertilizadas.
Nos séculos seguintes, os holandeses construíram diques e polders (o termo usado para descrever qualquer pedaço de terra recuperado da água); canais e bombas foram usados para drenar a terra e mantê-la seca.
A partir de 1200, os moinhos de vento foram usados para bombear o excesso de água do solo fértil, e tornaram-se uma atração do país. Atualmente a maioria destes moinhos foi substituída por bombas movidas a eletricidade e diesel.
Em 1953 outra enchente devastadora atingiu o país. Causada por uma combinação de tempestade sobre o Mar do Norte e a maré alta, as ondas ao longo do paredão subiram 4,5 metros acima do nível médio do mar. Em algumas áreas, a água atingiu o pico acima dos diques existentes. Pouco mais de 1.800 pessoas morreram nesta inundação, 72.000 pessoas tiveram que ser evacuadas, milhares de animais desapareceram e houve enormes danos materiais.
Em1958 foi aprovado o Delta Act alterando a estrutura e a administração dos diques na Holanda. Este novo sistema deu origem ao projeto conhecido como Obras de Proteção do Mar do Norte, que incluiu a construção de uma barragem e barreiras através do mar. Este grande projeto de engenharia é agora considerado uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno, de acordo com a Sociedade Americana de Engenheiros Civis.
Existem vários diques nos Países Baixos, mas um em especial merece destaque. Em 1932, foi construído o maior dique do mundo, o Afsluitdijk. Ele fica no norte da Holanda e tem 32 quilômetros.
Construção de diques: Primeiro são construídos diques ao redor da área que se deseja drenar para isolá-la da água circundante.
Bombeamento de água: Uma vez que a área está isolada, se utiliza um sistema de bombeamento para extrair a água do polder. Tradicionalmente, isto era feito com moinhos de vento, como já mencionado.
Rede de drenagem: É, então, criada uma rede de canais e drenagem dentro do polder para dirigir a água para as bombas. Estes canais ajudam a manter o solo seco e evitar que volte a inundar.
Manutenção contínua: O sistema de drenagem requer manutenção constante para assegurar que os canais bombas funcionem corretamente e que o nível da água se mantenha sob controle.
Capital: Amsterdã;
Área: 41.500 km²;
Moeda: Euro;
População: 17,1 milhões de habitantes (2017);
Densidade Demográfica: 405,6 hab./km²;
PIB: 880,3 bilhões;
Idioma: Holandês.
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