UFRGS integra rede de pesquisa nacional sobre mangues e restingas

Pesquisadores de dez instituições brasileiras e uma internacional deram início em janeiro à Rede MaRe, Rede de Pesquisa para o Estudo da Biodiversidade de Mangues e Restingas. A iniciativa vai estudar diferentes aspectos ligados à biodiversidade dos ecossistemas associados ao extenso litoral brasileiro e conta com financiamento do CNPq, no valor de R$ 3,45 milhões. As atividades de campo iniciaram oficialmente em janeiro de 2024, com as primeiras coletas e análises-piloto de extração de DNA de amostras de solo de áreas de restinga do município de Imbé, no Rio Grande do Sul.

Professora Lucélia Santi em coleta realizada na restinga de Imbé (RS). Foto: Divulgação.

A MaRe é formada por pesquisadores de diferentes setores da UFRGS, como o Centro de Biotecnologia e a Faculdade de Farmácia, e conta com a participação de instituições do Rio Grande do Sul, do Nordeste, além da colaboração internacional da Artic University of Norway (Noruega). A coordenação-geral é da professora Marilene Vainstein, do Centro de Biotecnologia da UFRGS (Cbiot/Ibio). Outros professores da UFRGS coordenam ações associadas à pesquisa principal: Augusto Schrank, Alexandre Macedo, Lucélia Santi, Marilene Vainstein e Walter Beys da Silva.

Manguezais e restingas

Manguezais e restingas são ecossistemas costeiros que sofrem influência das marés, essenciais para a proteção da costa e a preservação da biodiversidade litorânea. Ambos desempenham papel crucial na saúde ambiental e econômica das áreas costeiras, fornecendo serviços ecossistêmicos, como proteção contra erosão e suporte à pesca.

A rede vai atuar de forma concomitante em seis diferentes subprojetos que visam coletar e caracterizar amplamente a biodiversidade microbiana, vegetal e animal em áreas menos e mais impactadas pela atividade humana de áreas de mangue dos estados de Pernambuco, Alagoas e Paraíba, e áreas de restinga dos mesmos estados e do Rio Grande do Sul (litorais Norte e Sul). Além do levantamento da biodiversidade, a rede MaRe tem como objetivo a caracterização do potencial biotecnológico e de serviços ecossistêmicos destes ambientes e seus organismos, a fim de valorar ainda mais a importância de sua preservação. Através destas caracterizações, será possível mensurar o real impacto da ação humana e suas consequências na biodiversidade, permitindo criar estratégias efetivas de preservação para áreas ambientalmente importantes e muitas vezes associadas a grandes densidades populacionais no Brasil. Um outro eixo desta proposta é fazer a divulgação científica e promover a preservação através de estratégias racionais de ensino, educação ambiental e apoio ao poder público dos locais de coleta e das comunidades associadas.

Com duração prevista de três anos, o projeto pretende contribuir para a compreensão aprofundada da biodiversidade brasileira e também para a promoção da inovação e desenvolvimento sustentável em diversas áreas, impacto social através da interação com a comunidade destes locais e promoção da preservação através do ensino e da divulgação científica.

Professores Marilene Vainstein e Augusto Schrank integram a pesquisa – Foto: Divulgação.

            

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