A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) divulgou os resultados obtidos com o 4Fluid, tecnologia que utiliza inteligência artificial e foi implantada há um ano em Bambuí, no Centro-Oeste do Estado, para eliminar vazamentos de água na cidade.
Para implantar a tecnologia, a empresa investiu R$ 63,7 mil. Durante 12 meses, ela foi capaz de fazer 12.759 coletas e identificar e sanar 52 pontos de perdas.
Bambuí foi o primeiro município, dentre os 58 abarcados pela Unidade de Negócio Oeste (Unoe), a fazer o uso dessa inovação e já conseguiu reduzir as perdas de água diárias em 14%.
O supervisor de Tratamento de Água, Lázaro Oliveira, explicou os benefícios da tecnologia 4Fluid.
Quando se combate as perdas, os clientes têm acesso a um volume maior de água, o que também favorece a normalização do abastecimento em situações que demandam sua interrupção emergencial para correção de alguma intercorrência. Em contrapartida, extraímos menor quantidade dos mananciais, contribuindo para a preservação do meio ambiente e para a segurança hídrica das gerações futuras”, disse.
Ao localizar os pontos exatos de vazamentos, as equipes técnicas têm condições de corrigi-los com mais agilidade, melhorando o abastecimento e economizando tempo. Dessa forma, a força de trabalho também pode ser direcionada para a execução de outras atividades.
Como funciona
O sistema do 4Fluid está ligado a uma haste de escuta otimizada, que detecta perdas de água até mesmo em tubulações de menor diâmetro. Para que ela funcione, o operador apoia o equipamento nos cavaletes dos imóveis e aguarda dez segundos.
Os ruídos captados são encaminhados para uma plataforma onde são armazenados em nuvem e, após algumas horas, é gerado um relatório com pontos onde podem estar situados os vazamentos. Na sequência, os empregados analisam os resultados e descobrem os reais locais que necessitam de intervenção.
Para o gerente regional da Copasa, Leandro Cruz, a tecnologia é uma grande aliada para a operação.
“Vazamentos de grande porte são facilmente identificados, mas os pequenos, que também afetam o abastecimento, podem surgir e ficar ocultos por muito tempo. A inteligência artificial tem revertido essa situação. Já conseguimos excelentes resultados, mas ainda temos um longo trabalho para ser feito e seguimos mobilizados para isso”, concluiu.
A tecnologia também já foi empregada em Araxá, São Gotardo, Perdizes, Conquista, Tapira, Varjão de Minas, Campina Verde, Guimarânia, Iturama, Patos de Minas e Catiara, localidade pertencente a Serra do Salitre, além de cidades localizadas no Norte de Minas Gerais.
Destaque nacional
Os resultados também chamaram a atenção do mercado de saneamento brasileiro. A Copasa foi convidada a apresentar o caso durante o Seminário de Benchmarking do Prêmio Nacional da Qualidade em Saneamento (PNQS) 2023.
O encontro teve como finalidade a troca de experiências com profissionais do segmento e a apresentação de práticas assertivas adotadas na execução dos trabalhos.